Desta vez o Armando convidou-nos para ir beber um copo à
Rocinha, no bar do Belo.
- Está bem Armando, obrigada… e não é perigoso?
- Tranquilo, disse ele, ia buscar-nos à entrada por ser a
primeira vez.
Chega-se à Rocinha e temos umas dezenas de moto boys à espera do próximo cliente. O
preço é fixo, 2 Reais para qualquer trajeto, seja para 10m ou para subir até lá
a cima. Quando começa a ficar demasiado íngreme eles mandam-nos descer e foi o
que me aconteceu. O Armando foi à frente e nós ficámos nos píncaros da Rocinha
sozinhas.
Nitidamente não morávamos ali e toda a gente conseguia ver
isso.
Na verdade, não havia muita gente, o que acelerava o
batimento cardíaco.
A atitude que uma pessoa tem dita tudo, foi a única vez que
tive medo na Rocinha e foi a única vez que fui tão observada. Bastou-me relaxar
para ninguém me passar cartuxo.
O Armando entretanto encontrou-nos, e lá chegámos ao Bar do
belo. A definição de bar é bastante engraçada para o estabelecimento em
questão.
Era uma garagem com uma espécie de cozinha. As caipirinhas
eram feitas num alguidar dos grandes, e os churrascos que tive lá mais tarde,
eram feitos num tambor de uma máquina de lavar!
Mas o bar do Belo tinha um grande trunfo: o 1º andar.
Uma varanda no alto da Rocinha onde comíamos e bebíamos,
conhecíamos pessoas novas e dançávamos ao som do DJ que podia ser qualquer um
de nós.
Eu testemunho a favor: é a melhor vista do Rio de Janeiro!
motoboy
O churrasco (no tambor da máquina de lavar).
Sem comentários:
Enviar um comentário