A cabeça chocalhava as Fiji Gold e Bitter e ainda os cocktails tropicais da happy hour do dia anterior. Foi neste estado mumificado que cheguei ao meu hostel em Kings Cross.
O plano para o meu primeiro dia era proporcionar-me o máximo de conforto possível, o que compreendia: tomar um bom banho, ter silêncio e espaço para me instalar na camarata (supostamente de 4 camas) e lavar a roupa toda.
Chumbei quase todas estas etapas.
Era Mardi Gras e eu não sabia. A Parade era no dia seguinte e toda a cidade, especialmente o meu hostel, estava em alvoroço.
O meu quarto, que por problemas de over booking passou a ser para 10 pessoas, presenteou-me com o jogo do entra-e-sai-o-maior-número-de-vezes-possível e se se bater a porta somam-se mais pontos, ao som de um remix de ABBA vindo do quarto ao lado.
Desisti de descansar e decidi ir lavar a roupa.
A tentar decifrar o programa da máquina de lavar estava a Christina, uma austríaca de 27 anos que tinha um projeto de viagem muito parecido com o meu.
A Cristina encontrava-se em descanso de corpo e mente em Sydney, a ideia era carregar baterias antes do seu último destino: Nova Zelândia.
Era esse o plano até me ter conhecido.
Passadas duas horas, estavamos a celebrar as nossas travessias acompanhadas por algumas cervejas num Bingo de travestis em Kingscross, e naturalmente, decidimos passar o resto dos dias juntas até à data do meu voo para a Tasmânia.
No dia seguinte era a Parade, e aí então é que os planos de descanso da Christina se foram por água abaixo. Muita gente, música, carnaval!
O nosso traje não era propriamente o mais adequado à ocasião, eu usei as peças de roupa que tinham secado do dia anterior, tratava-se de uma espécie de pijama, e a Christina como sempre, apresentou-se com o seu treking style.
As horas passavam aos pares, comemos e bebemos, dançámos e conversámos.
Terminámos a noite num Thai-Mexicano (go figure)...
Terminámos a noite num Thai-Mexicano (go figure)...
E foram uns dias cheios, com muita partilha e amizade.
A Christina ainda me apanhou na Nova Zelândia passados dois meses e eu levei-a a ver os pirilampos das McLaren Falls.
Quando viajo e faço amigos sinto-me numa colónia de férias, apesar de nunca ter feito nenhuma, lembro-me dos relatos dos meus amigos que faziam. Falavam-me de pessoas e relações travadas em duas semanas na colónia de férias e algumas ainda hoje existem.
Porque é assim, a vontade está lá, tudo parece grande e acontece mais rápido.
Tenho umas aulas de ski à minha espera na Áustria!
Sem comentários:
Enviar um comentário