Conhecer o Armando quando se vai para o Rio de Janeiro é
fácil, a maioria da turma portuguesa que está por lá tem o Armando como um
amigo, dos bons.
Eu, não fugi à regra, já vinha de Portugal com o número
dele, mal cheguei falei-lhe e combinámos ir ao ensaio da escola de samba
da Rocinha.
O ensaio não era na Rocinha era num pavilhão desportivo lá
perto, tinha a favela na minha lista 'A Visitar' mas confesso que estava
receosa.
Foi a minha primeira saída à noite no Rio e acho que me
estreei em grande.
Mal se entra deixa-se de andar e dança-se! A caminho do bar
dança-se, para ir cumprimentar um amigo vai-se a sambar, qual caminhar?
O setor da bateria contava com centenas de pessoas. Aquela
percussão passa aquela emoção que dá quase vergonha de expressar, mas
ninguém pára por um segundo! Imagine-se a meteorologia deste pavilhão, se ao
relento temos 30 graus à noite, lá dentro com um milhar de pessoas aos
pulos, a condensação do ar é quase insuportável! Mas a música reanima qualquer
um, de vez em quando temos de sair para dar uma 'respirada', mas sempre a bater
o pé a cantarolar, até voltarmos a entrar.
Os outfits do ensaio iam de um extremo ao outro: tanto se
viam (eu talvez não arrisque em dizer roupas, porque isso pressupõe tapar o
corpo) enfeites lindos, como estamos habituados a ver na televisão, como também
podíamos identificar aqueles que quiseram deixar o fato para o grande dia e
foram de pijama, ou de roupa interior, mas a alegria é total em todos eles.
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