Foi combinada atabalhoadamente, fiámos-mos na sorte e no
'logo se vê'. Existe esta superstição nas nossas duas cabeças: se tivéssemos
tudo planeado estávamos condenadas, por isso, decidimos ir com umas folhas
de rascunho, onde tínhamos uma data de sítios que queríamos visitar sem
data marcada e lá fomos nós.
Eu e a Sara, somos amigas de longa data, trabalhamos numa
agência de publicidade
e a nossa relação já estava mais digitalizada que vivida,
isto pelos timings, budgets, insights e briefings que nos comiam as horas todas
do dia. Um dia, a meio de uma passagem de briefing:
- ‘Bora’ para Bali?
- ‘Bora’!
Chegar a Bali não é só mudar de localização geográfica, nem
ver praias maravilhosas com surfistas profissionais. Para além de uma
cultura completamente diferente da portuguesa, desde os ritmos às crenças
e da gastronomia às pessoas, em Bali somos diferentes.
Existe ali qualquer coisa que nos chama muito alto!
A abordagem constante de todas as pessoas que passam, que
estão, que dançam, praticamente que existem em Bali, é aconchegante.
No primeiro dia conhecemos um israelita, que nos apresentou
a uma australiana, que viviam com uma brasileira e no segundo dia,
jantámos em casa dos amigos brasileiros desta primeira brasileira, onde
conhecemos japoneses, alemães, holandeses, balineses,
e poderia enumerar todas as nacionalidades da América do
Sul. Julgo que a América do Sul e a Austrália estão taco a taco nas estatísticas, são mais que os próprios balineses!
Ora estou na praia, ora estou no dancing, tanto como nasi goreng, como pizzas e a Bintag sempre
presente. O que me leva ao ‘social’ de Bali.
Engane-se quem pensa que em Kuta é que é, porque se for para
Vila Moura é igual.
No Uluwato mesmo, temos programas pelo menos para Domingos
(e comecei pelo melhor), quartas, quintas e sextas! O Domingo merece
especial atenção porque é a melhor festa, no Single Fin, começa por volta das
oito da noite e à meia-noite
já não se passa nada. Até este ritmo é bom, vive-se mais o
dia que a noite, mas não se perde o convívio nem as energias noturnas.
Mas quem tiver vontade para continuar, tem um after que vai até à hora que se quiser,
na loja de conveniência lá do sítio, “o Mercadinho”.
Julgo que já percebeu que fiz muitos amigos, uns com quem
falo todos os dias, outros que me preencheram os dias com gargalhadas e rodadas
de Bintangs!
E de Bali, trago em primeiro lugar as pessoas e os ritmos.