Então isto tem sido uma luta... Primeiro que me conseguisse por de pé em cima da prancha! Neste caso trata-se de um stand up paddle, que é quase um barco.
A estratégia era: íamos os dois em cima da prancha a remar até apanharmos a onda e depois eu seguia sozinha. Nunca valorizou as minhas performances acrobáticas enquanto estava a ser enrolada, o que geralmente acontecia assim que me via sozinha em cima da prancha.
Diverte-me muito, embeleza-me as manhãs e dá-me energia para o dia.
É bastante deconfortável estar num habitat de tubarões e raias, mas o segredo é não pensar nisso, diz o Matheus, o expert.
Os dias foram passando, estava tudo a correr bem, eu sentia cada vez mais vontade e senti-me a evoluir, (numa escala de 0 a 10, estava no 1).
Um dia de manhã, que parecia igual aos outros todos, lá vamos nós para a praia. Esse dia teve direito a aquecimento sem rir, se há coisa que tira o Matheus do sério é não estar atenta à aula, então quando ele começa com as séries de abdominais, o truque é rir para descansar um bocadinho.
Entrámos no mar, o Matheus a nadar e eu na prancha. Começo a ser arrastada assim que começo a remar, a uma velocidade desconfortável. Começo a ver o Matheus a ficar cada vez mais pequeno, a areia mais longe, medo. Penso em chorar, mas achei que não era para tanto. Passados 20 minutos e eu cada vez mais longe, já berrava.
Não via ninguém, não conseguia lutar contra a corrente, e a ideia dos tubarões não é fácil de afastar quando nos vemos a boiar em alto mar.
Este episódio durou 1 hora. Uma hora de medo parece 1 semana, dá tempo para pensar em muita coisa, todos os tipos de conspirações assassinas.
Quando comecei a ver o Matheus a nadar na minha direção, deixei de panicar.
Depois de estarmos os dois em cima da prancha, chegou o resgate, que me levou com velocidade até à areia.
Não foi bom, mas já passou.
Passados dois dias lá fomos nós outra vez, para não ficar com medos.
Depois disso já me diverti muito, mas continuo sem queda para a coisa.
Ponho-me de pé só isso já é um máximo!